domingo, 23 de março de 2014

Cartilha do Ziraldo


Essa é uma cartilha elaborada por Ziraldo para explicar o Autismo. 
Várias cópias são distribuídas nas escolas, com o objetivo de esclarecer professores e alunos, de uma forma fácil, O QUE É O AUTISMO.
Essa mesma cartilha será distribuída em Garanhuns, em algumas escolas, durante a Semana do Autismo. 















Como decorar o quarto de uma criança autista

Crianças autistas têm necessidades diferentes das outras, e como o quarto é o espaço delas, é importante personalizá-lo, levando em conta suas necessidades especiais. Quando for decorar o quarto de seu filho autista, converse com o médico sobre implementar as mudanças e escute suas recomendações. Mais do que tudo, é importante deixar o quarto seguro e adequadamente estimulante.


Instruções


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    Escolha cores claras para decorar o cômodo, incluindo as paredes. Não escolha cores primárias ou muito vivas. De acordo com o site Autism Learning Felt, elas podem estimular demais uma criança autista e deixá-la agitada. Escolha tons mais claros da cor favorita de seu filho, ou um azul ou turquesa claro, pois são mais tranquilizantes.
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    Crie um espaço calmo. Evite estressar ou estimular demais seu filho com muitas decorações. Use objetos simples em cores claras. Escolha imagens da natureza para colocar nas paredes e use sons da natureza de fundo, como barulho da chuva ou de uma cachoeira. Evite usar coberturas nas luminárias, pois elas podem ser perigosas.
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    Crie um quarto seguro. Certifique-se de que a mobília não tem beiradas afiadas e seja firme. Use plástico moldado para mesas e outros móveis ao invés de madeira, e prefira cadeiras e sofás sem armação. Cubra todas as tomadas elétricas. Acolchoe os móveis pesados e afiados e prenda as mobílias grandes à parede. Remova as tampas das caixas de brinquedo, instale protetores de janela e remova os cordões das cortinas. Mantenha todos os brinquedos e outros pertences em um local de fácil acesso para evitar que seu filho suba nos móveis para pegar alguma coisa.
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    Instale um sistema de isolamento adequado, já que a luz e o barulho podem manter seu filho acordado. Coloque um carpete grosso e isole bem as paredes. Verifique as portas e o piso para garantir que não existam rachaduras. Lubrifique as dobradiças com frequência e use cortinas grossas ou "blackout" nas janelas.
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    Estabeleça unidades de armazenamento. Mantenha a bagunça em um nível mínimo para reduzir o estímulo. Use caixas para guardar as coisas e mantenha o máximo de itens possíveis fora do quarto. Verifique o cômodo com frequência para garantir que ele fique organizado e se livre de coisas que não são usadas, seja guardando, vendendo ou doando.

sábado, 22 de março de 2014

Terapias que ajudam a melhorar a qualidade de vida de crianças com Autismo

Quanto às crianças com autismo que não recebem o tratamento oportuno e adequado os sintomas piorarem e têm sérios problemas em seu desenvolvimento e comportamento. Daí a importância da prática são uma terapia integral, ou seja, da combinação de diferentes métodos especializados em sua condição. 

De acordo com a ASA (Autism Society of America), uma criança com autismo deve ser tratada pelo menos oito horas e individualmente. Angela Lucia Sanchez Becerra, neuropsicólogo especializado em autismo e transtornos invasivos do desenvolvimento e diretor do Neurorehabilitar clínica, esclarece que "não autismo não são iguais, cada criança necessita ser operada em-um com um protocolo criado para ele." Neste sentido, o especialista aconselha os pais a pedir ajuda a partir do momento do diagnóstico é conhecido.Geralmente, a primeira atenção é dada a partir dos três anos, embora as crianças podem ser tratadas apartir dos 18 meses.

 Antes que seja impossível ter um diagnóstico preciso, diz o especialista. "Se a criança atinge de 2 a 5 anos para ser envolvido, você pode ajudar de muitas maneiras. Quando eles se tornam maiores, mais tratamento é intensivo ", diz Sanchez. terapia completa deve incluir processos para melhorar suas relações familiares, a sua capacidade de falar, movendo-se e ouvir. Métodos para estimular a função cerebral e terapias alternativas para melhorar suas habilidades. Todos estes devem ser aplicadas em paralelo e continuamente, como dirigido pelo médico.

O grupo familiar
O cotidiano das famílias que vivem com pacientes autistas é difícil e às vezes caótica. Portanto, é aconselhável que os pais do paciente irem a um psicólogo para discutir seus problemas em casa e receber a orientação adequada e oportuna.

Tratamento Convencional

- Fonoaudiologia: O autista tem um distúrbio de linguagem e linguagem repetitiva e metáfora. Esta terapia pretende  que a criança possa conseguir se expressar...Em seguida, trabalhar as emoções e identificá-los. O paciente é treinado não só para começar, mas manter uma conversa. 

- Perícia: trabalhar a grafomotor área e processos cognitivos, para que mais tarde a criança possa ter acesso a vida escolar. Ou seja, fazer exercícios, como abotoar uma camisa, pegue uma pinça, etc. Atividades que irá ajudá-lo mais tarde segurar um lápis, dobrar uma folha, etc 

Fisioterapia: a criança com autismo não tem problemas físicos. Em vez disso ela pode; andar, correr e saltar normalmente, mas precisa de terapia com motor e planejamento e execução. Ou seja, ensiná-lo a controlar seu corpo e as atividades que tornam funcional.

O complemento perfeito

- Equinos: gerar estímulos elétricos no cérebro, o que torna a criança mais alerta.Também ajuda a área equilíbrio e proprioceptiva (percepção interna). 

- Musicoterapia:  A maioria das crianças autistas são audição hipersensível e áreas disfuncionais. A música lhes permite relaxar e alguns conseguem cantar e tocar um instrumento. 

- Hidroterapia: trabalhar o tônus muscular, equilíbrio e diminuição da ansiedade 

- Trabalhando com sistemas: atividades terapêuticas e de lazer através do computador. Comece com o básico, sabe do monitor e do 'mouse' para a gestão dos programas que ensinam cores, formas, sons, etc.

A intervenção nutricional
A dieta é essencial para controlar os sintomas de uma criança com base de danos neurológicos. A ideia é que, através de certos alimentos, o autista diminui seus níveis de ansiedade.

Integração educacional
Quando as crianças estão abaixo de 5 ou 6 anos podem ser integrados em uma escola regular, acompanhado por um terapeuta. A ideia é socializar e aprender, se em um ritmo diferente dos outros.

Novos dados alarmantes sobre autismo: 1 em 50 crianças é afetada, diz estudo

As novas estatísticas do Centro Nacional de Saúde e Estatística mostram que o número de crianças norte-americanas afetadas pela desordem do espectro autista (DEA) aumentou consideravelmente no último ano. Na última medição, uma em cada 88 crianças tinha o transtorno, agora, esse número aumentou para uma em cada 50. 

Para o estudo, foram entrevistadas mil famílias em diferentes regiões dos Estados Unidos que tiveram que responder perguntas sobre saúde, incluindo se o filho sofria com o transtorno autista e quando ele havia sido diagnosticado. As crianças analisadas estavam na faixa dos seis aos 17 anos. Para o estudo anterior, foram consideradas crianças na faixa dos 8 anos que haviam sido diagnosticadas em centros médicos e registros oficiais. 

Essa elevação das taxas do transtorno indica, segundo o autor da pesquisa Stephen Blumberg, que provavelmente haverá mais demanda por serviços e tratamentos e que os profissionais de saúde precisam estar preparados. Assim como os outros estudos, os novos dados mostraram também que os meninos têm quatro vezes mais probabilidade de ter autismo e que entre 15% e 20% das crianças diagnosticadas não têm mais a condição. 

A ciência não descobriu até hoje a causa da doença. O que os especialistas concordam é a forte influência da genética na alteração do funcionamento do cérebro do autista. Alguns genes – e muitos foram identificados – podem ser herdados dos pais, algo raro, ou sofrer  mutações durante a formação do embrião. Mas não para por aí. Várias teorias são relacionadas a todo momento com o aparecimento do transtorno, mas nem todas são referendadas pelos médicos e nada é conclusivo. Alimentação, infecções na gravidez e até intercorrências no parto ou nos primeiros anos de vida integram essa lista. As pesquisas relacionam até fertilização in vitro e prematuridade.

Segundo Antonio Carlos de Farias, neuropediatra do Hospital Pequeno Príncipe (PR), o diagnóstico de autismo não é simples, e deve ser feito por um especialista, mas os pais devem estar atentos desde cedo com o comportamento dos bebês. Em especial aqueles que não oscilam reação de fome ou frio, ficam muito quietos no berço, demonstram uma fixação maior pelo objeto que pelas pessoas e não têm costume de olhar nos olhos”, diz. 

Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI333829-15326,00-NOVOS+DADOS+ALARMANTES+SOBRE+AUTISMO+EM+CRIANCAS+E+AFETADA+DIZ+ESTUDO.html

Amor mais sublime

Quantas vezes deparando-me com a sua fragilidade, te pergunto, silenciosamente e aflita: O que será de ti filho querido, quando desse mundo eu já tiver partido? Sei que és um anjo especial e Deus sempre estará contigo. Mas na minha estupidez, continuo a me questionar... Como lidarão com o seu modo diferente de ser? Respeitarão você? O teu amanhecer, entardecer e o anoitecer como vai ser? Gostaria que pudesses me dizer. Tantas limitações já foram ultrapassadas, é nisso que costumo crer Tens potencial infinito, vais a cada dia desenvolver Sei que seu mundo é diferente do meu, mas muitas vezes costumo disso esquecer Descobri que só buscando o mais íntimo da sua alma, poderia te compreender Antônio Lucas és o amor mais sublime que nesta vida pude conhecer Posso viver mais de cem anos e não poderei te agradecer A forma doce e diferente que me ensinastes sobre o verdadeiro sentido do viver És luz, és vida, és esperança, és o meu maior querer Amor como esse, em nada se compara... é impossível descrever  

Rennata Amorim

"Ele é mesmo uma criança autista"

Olá, gente!

Meu nome é Rennata Amorim, sou de Garanhuns - Pernambuco, sou casada, sou dentista, atuando nesse município, e também sou representante da deficiência intelectual no COMUDE - Conselho Municipal de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência em Garanhuns.

Mas o principal e mais encantador papel que eu exerço nessa vida é ser mãe de Antônio Lucas, que nasceu em 2004, uma criança que, posteriormente, mudaria por completo o meu modo de ver o mundo e a vida.

Percebi que havia algo de errado com ele logo nos primeiros meses de vida, pois era um bebê que não interagia de forma alguma conosco. Logo pela manhã, chegava até o berço dele e dizia: "Bom dia, meu amor!" E ele não esboçava nenhum sorriso, nenhuma reação emocional. Ao longo dos meses, fui notando também que ele parecia não ouvir quando o chamávamos.

Desde o início de sua vida, procuramos levá-lo a vários médicos, de diferentes especialidades. Interessante, hoje eu tenho certeza que coração de mãe não se engana mesmo, pois diante da apatia do meu filho em relação às coisas que aconteciam ao seu redor e às pessoas, logo pensei que ele poderia ser autista.

As frases que escutamos dos especialistas iam desde "Ele não é autista", "Ele tem problemas auditivos", até "Procure fazer terapia", ou ainda "Você está vendo problemas em seu filho que não existem". No entanto, nenhum deles, até então, me convenceu.

Então, resolvi por conta própria, buscar um maior conhecimento sobre o autismo, os sintomas, o porquê de determinados comportamentos e estereotipias, e principalmente como lidar com crianças com esse espectro. E cada vez mais, fui mergulhando nesse mundo, ora por livros, ora por pesquisas na Internet, e me convencendo que meu sexto sentido estava certo.

Até que, em 2007, veio a confirmação, por meio de uma neuropediatra: "Ele é mesmo uma criança autista!"
Tenho plena certeza que, enquanto vida eu tiver, desse dia nunca mais esquecerei.

Recebi o diagnóstico, disse apenas um obrigada, levantei-me da cadeira e saí da sala dessa médica. Ela ainda me chamou, mas não retornei naquele instante, precisava respirar, pois a sensação de sufocamento era absurda!
Comecei a andar sozinha sem rumo e pensando...Meu menino é mesmo autista!


Uma mistura de sentimentos foi tomando conta de mim de forma desesperadora. O medo do desconhecido, a incerteza diante do futuro... Costumo dizer que uma coisa é você achar que o seu filho possa ser autista, outra bem diferente é ter a certeza. Uma verdadeira avalanche de pensamentos e questionamentos começaram a surgir na minha mente: "Nossa! Quer dizer que eu estava certa, ele é autista!".  "Mas como assim, autista?", "Antônio Lucas, autista?" Nos primeiros momentos, confesso que pensei que fosse enlouquecer. A dor era dilacerante, insuportável!!!

Voltei pra casa, encarei aquela nova criança que acabara de "surgir" na minha frente, abracei-a forte, entendendo agora o porquê dela se incomodar com meus abraços e beijos. Comuniquei à minha família, que, de prontidão, acolheu-me, e, em seguida, eu me isolei e chorei, chorei muito, dias seguidos...

Tempos depois, senti Deus restaurando o meu coração de mãe tão machucado.  Percebi-me, com o passar dos dias, meses, mais forte e decidi partir pra fase de luta onde persisto até os dias de hoje. A minha maior busca, o meu maior objetivo de vida, desde então, foi procurar, diária e incessantemente, a felicidade do meu filho.

E agora, apresento pra vocês Antônio Lucas, meu filho autista, meu maior motivo de orgulho e minha maior razão de viver, hoje prestes a completar 10 anos: